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Pau Miúdo

Histórico

O bairro de Pau Miúdo é conhecido por ter inaugurado a era das invasões em Salvador, resultando em um crescimento desordenado. Situado na área urbana contínua (AUC) ao nordeste do Centro de Salvador, Pau Miúdo possui intensa movimentação na sua via principal, a Rua Marquês de Maricá, que conecta o Alto do Cruzeiro ao Largo do Tamarineiro. Marquês de Maricá é a única via que garante acesso à região. O bairro está inserido na Bacia do Rio Camurujipe, que é a maior bacia hidrográfica que divide o território de Salvador, fazendo limites com os bairros vizinhos como IAPI, Cidade Nova e Sertanejo, e se estendendo até a Avenida Heitor Dias. 

Historiadores sugerem que o nome Pau Miúdo remonta a um referencial histórico dos anos 20, quando a localidade de Cidade de Palha existia na área que hoje é a Cidade Nova. As casas de palha foram gradualmente substituídas por moradias de barro, e os moradores subiam e desciam a ladeira de Quintas em busca de madeira para a construção. Quando questionados sobre sua origem, as pessoas costumavam responder: "venho do pau miúdo", o que pode explicar a etimologia do nome do bairro. Com o passar do tempo, Pau Miúdo tornou-se uma área emblemática, refletindo a história de transformação e adaptação da população local em busca de melhores condições de vida. 

Aspectos Ambientais

O bairro Pau Miúdo apresenta uma ocupação característica de um vale, com acesso à parte central realizado por ladeiras íngremes e escadarias, sendo a ladeira que leva o nome do bairro uma das principais vias de acesso à área alta, onde se concentram serviços públicos como transporte público, shoppings e praças. A verticalização das construções é uma característica marcante, com a maioria dos imóveis sendo sobrados ou com acréscimos através de "puxadinhos", especialmente quando há necessidades familiares. A estrutura urbana do bairro reflete um processo de transformação baseado na apropriação dos avanços técnicos pelas classes menos favorecidas, embora o bairro não apresente grandes edifícios, mas sim uma ocupação densificada e anárquica, com construções muitas vezes irregulares. 

O bairro também enfrenta desafios significativos em relação à mobilidade urbana e questões sanitárias. A falta de calçadas adequadas nas ruas transversais e a presença de calçadas curtas e assimétricas na via principal, compartilhadas com veículos estacionados, piquetes, cones e ambulantes, dificultam a circulação dos pedestres, forçando-os a caminhar pela rua. No que tange às condições sanitárias, o bairro sofre com o descarte irregular de resíduos sólidos urbanos, especialmente ao longo da rua principal e em suas transversais, onde resíduos estão dispersos nas calçadas, comprometendo a qualidade ambiental e a segurança urbana. 

População

O bairro Pau Miúdo apresenta uma predominância feminina, com uma maior quantidade de mulheres em várias faixas etárias, especialmente entre 0 e 4 anos e 50 a 54 anos. Observa-se uma diferença significativa na faixa etária de 75 a 79 anos, onde as mulheres são quase três vezes mais numerosas do que os homens. Além disso, a população do bairro apresenta um bom índice de alfabetização, com 90,12% dos moradores sendo alfabetizados, e apenas 9,88% não alfabetizados. 

Em termos de composição racial, cerca de 54% da população do bairro se identifica como parda, enquanto 30% se consideram preta. Esses dados revelam aspectos importantes sobre a demografia local, destacando não apenas a maior presença de mulheres em diversas faixas etárias, mas também a diversidade racial da população. 

Economia

O bairro Pau Miúdo possui uma infraestrutura razoavelmente boa, com dois hospitais públicos de referência, o Hospital Geral Ernesto Simões Filho e o Hospital Especializado Otávio Mangabeira, além de dois postos de saúde e três grandes escolas, como a Escola Municipal São Judas Tadeu e o Colégio Antônio de Pádua. A economia local é impulsionada principalmente por pequenos comércios, como pequenos mercados, bares e padarias, refletindo uma forte presença da economia informal. A maioria da população (71%) possui moradia própria, e os rendimentos médios são de aproximadamente R$ 710,95 para mulheres e R$ 937,12 para homens, o que situa a maior parte dos moradores na faixa de baixa classe média. 

Apesar da infraestrutura de saúde e educação, o bairro enfrenta desafios em termos de infraestrutura urbana e socioeconômica, o que impede sua autonomia plena. O comércio, embora diversificado, é dominado por pequenos empreendedores que atendem a uma população flutuante, especialmente devido à presença do Complexo Hospitalar César de Araújo, que atrai moradores de diversas regiões. No entanto, a deficiência de itens básicos de conforto e infraestrutura urbana, como calçadas adequadas e serviços públicos de qualidade, limita o desenvolvimento do bairro e a qualidade de vida dos seus habitantes. 

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