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Imbuí

Histórico

O bairro do Imbuí teve sua origem em 30 de setembro de 1978, com a entrega do Condomínio Rio das Pedras. No entanto, sua “gestação” remonta a 1942, quando o engenheiro Mário Leal Ferreira foi contratado para elaborar o Plano Diretor de Salvador. Esse plano, que visava melhorar a infraestrutura urbana da cidade em resposta ao crescimento populacional, estabeleceu padrões estéticos para a modernização de Salvador como um todo. A Avenida Paralela, uma importante via de acesso, foi criada em duas etapas, com a primeira fase inaugurada em 1971 e a segunda em 1974, fazendo parte das intervenções planejadas pelo Escritório do Plano Urbanístico de Salvador (EPUCS). A abertura dessas avenidas facilitou a formação de novos bairros, e o Imbuí passou a ser uma conexão estratégica entre a Avenida Octávio Mangabeira, na orla marítima, e a recém-inaugurada Avenida Luís Viana Filho. 

O nome "Imbuí" tem origem indígena, derivado do Tupi, e pode ser traduzido como "rio do imbu" ou "água da cobra". No início, a área era composta por dunas e vegetação densa, e os primeiros moradores enfrentaram desafios para se estabelecer na região. O bairro é caracterizado por "bolsões" de Mata Atlântica intercalados por dunas de areia e charcos, apresentando um relevo semelhante ao de outros bairros costeiros de Salvador. Na década de 1980, a construção da Avenida Jorge Amado, principal artéria do bairro, impulsionou sua urbanização. Essa avenida ligava pontos chave da cidade, como a rodoviária, o centro administrativo e o aeroporto, atraindo diversos empreendimentos imobiliários e dinamizando a economia local. Cercado pela Avenida Paralela de um lado e a Boca do Rio do outro, o Imbuí se consolidou como um dos bairros que emergiram com o crescimento metropolitano de Salvador, especialmente a partir da segunda metade do século XX. 

Aspectos Ambientais

O bairro do Imbuí é banhado por recursos hídricos superficiais, como o Rio das Pedras, que é formado pelos Rios Cascão, Saboeiro e Cachoeirinha. Esse rio possui um curso pequeno, com menos de três quilômetros de comprimento, e atravessa o bairro antes de desaguar no mar. No entanto, o Rio Cascão foi alvo de intervenções urbanísticas, tendo seu leito encapsulado para controlar as enchentes, que ocorrem devido ao grande escoamento de águas pluviais em áreas impermeáveis. Essas mudanças afetam a biodiversidade local, forçando os organismos que habitam o rio a se adaptarem a condições adversas, como a poluição e o esgoto não tratado. A canalização do rio, realizada em 2011, também trouxe transformações significativas à infraestrutura local, com investimentos em viadutos e a ampliação do metrô, contribuindo para o crescimento populacional e o adensamento do bairro, o que, por sua vez, aumenta a vulnerabilidade socioespacial da área. 

Além das mudanças hídricas, o bairro do Imbuí também enfrenta desafios relacionados à sua altimetria. Enquanto algumas áreas mais elevadas, com altitudes de até 45 metros, não são suscetíveis a alagamentos, a maior parte do bairro está vulnerável a inundações devido às suas baixas cotas. O plano de emergência da Barragem de Pituaçu, que está localizada a montante do bairro, também é um fator importante a ser considerado, pois o risco de cheias ou danos estruturais pode impactar negativamente os moradores que vivem nas áreas a jusante da barragem. A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SEMOB) argumenta que a canalização do rio foi uma resposta às demandas da população, preocupada com alagamentos e os riscos à saúde pública. No entanto, o fechamento do canal tem como consequência o aumento da temperatura na região, impactando bairros como Imbuí, Cabula, Stiep e Costa Azul, tornando-se um fator a ser considerado no planejamento urbano e ambiental da cidade. 

População

A população do bairro do Imbuí é de 26.540 habitantes, com uma concentração maior na região sudoeste, enquanto a região nordeste, onde se localiza a invasão do Bate-Facho, apresenta o menor adensamento populacional. Quando se analisa o crescimento populacional entre 1991 e 2010, o Imbuí registrou um aumento significativo de 63,16%, superando o crescimento de Salvador, que foi de 28,93%. A Prefeitura-Bairro IV, à qual o Imbuí está inserido, apresentou um crescimento ainda mais expressivo de 80,07%, o que indica uma ocupação mais intensa dos terrenos e um processo de verticalização das edificações. Esse crescimento populacional resulta em uma maior demanda por infraestrutura e serviços públicos no bairro. 

Em relação à faixa etária, observa-se que a maior concentração de habitantes do Imbuí está na faixa de 20 a 49 anos, que representa mais de 50% da população desde o ano de 2000. Em 2010, a segunda maior faixa etária foi a de 50 a 64 anos, com 17,28% da população, o que reflete uma certa maturação demográfica no bairro. Esses dados indicam que, além do crescimento populacional, o Imbuí também está passando por mudanças em sua estrutura etária, com o aumento da proporção de pessoas mais velhas, o que pode impactar as necessidades de serviços e infraestrutura na região. 

Economia

O bairro do Imbuí é frequentemente classificado como uma área de classe média alta, especialmente ao se observar dados de rendimento nominal médio. De acordo com os dados do IBGE, o rendimento médio mensal do Imbuí é superior ao de Salvador e da Prefeitura IV, com valores de R$ 4.352,80, R$ 2.998,50 e R$ 1.452,00, respectivamente. Além disso, entre os censos de 1991 e 2010, o rendimento médio do bairro aumentou, enquanto o de Salvador diminuiu no mesmo período. No entanto, ao comparar os dados dos censos de 2000 e 2010, observa-se uma redução de 12,4% no rendimento médio mensal dos responsáveis pelos domicílios no Imbuí, que caiu de R$ 4.968,50 para R$ 4.352,80. 

Analisando o percentual de rendimento por faixa salarial, verifica-se que a maior parte da população do Imbuí (28,8%) encontra-se na faixa de 5 a 10 salários mínimos. Essa faixa salarial tem mostrado crescimento ao longo dos censos, já que em 1991, 24,6% da população estava nessa faixa, e em 2009 esse percentual aumentou para 25,9%. Esses dados indicam que, apesar de uma leve queda no rendimento médio, o bairro continua a se destacar em relação a outros territórios da cidade, refletindo uma base econômica relativamente sólida, predominantemente composta por residentes com rendimentos acima da média local. 

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